MASP 2010 FOI FANTÁSTICO VISITAR ESTA EXPOSIÇÃO
ARTE URBANA CONTEMPORÂNEA DE DENTRO PARA FORA / DE FORA PARA DENTRO
OS ARTISTAS
OS ARTISTAS
Unidos pela origem e destino - começaram suas carreiras pintando as ruas de São Paulo, fazendo graffiti e outras intervenções urbanas, e hoje apresentam seus trabalhos em galerias e museus nacionais e internacionais - um grupo de seis artistas contemporâneos acaba de ser convidado pelo MASP para apresentar, no Museu, suas trajetórias de quase duas décadas de produção artística. Com seis grandes murais especialmente concebidos e realizados para a mostra do MASP e que serão apagados no final da exposição, Carlos Dias, Daniel Melim, Ramon Martins, Stephan Doitschinoff, Titi Freak e Zezão ocuparão todo o Hall Cívico e Mezanino do Museu com instalações interativas, telas e fotografias, além de vídeos que mostram suas trajetórias no cenário da arte urbana contemporânea. De Dentro para Fora/De Fora para Dentro tem curadoria de Mariana Martins, Baixo Ribeiro e Eduardo Saretta e a ambiciosa meta de alcançar 150 mil visitantes entre 20 de novembro e 5 de fevereiro de 2010. Cada um dos seis artistas traz suas contribuições que, no conjunto, totalizam mais de 100 trabalhos de diversos formatos e mídias, buscando interação entre si e com o espectador, que poderá entrar e passear pelas instalações. Grandes paredes falsas e até mesmo o piso serão usados como base para dar a vida aos murais, instalações, telas e fotografias - a maioria produzidas no próprio MASP nas três semanas que antecedem a abertura ao público, resultando numa mostra exclusiva a partir deste diálogo com o espaço do Museu. De Dentro para Fora/De Fora para Dentro traz também os seis vídeos que narram a trajetória de cada artista, desde seus trabalhos pelas avenidas de São Paulo e do Brasil, passando por obras nas ruas e prédios de cidades da Europa, dos Estados Unidos e do Japão, até a absorção do gênero por grandes galerias de arte nas principais capitais culturais do planeta.
Serviço Educativo
Assim como nas mostras compostas por obras do acervo e nas exposições temporárias realizadas pelo MASP, a exposição terá um programa educativo elaborado especialmente para atender públicos distintos: visitantes, professores e alunos de escolas das redes pública e privada. As visitas orientadas são realizadas por uma equipe de profissionais especializada. Mais informações sobre as atividades do Educativo pelo telefone 3251-5644 (ramal 2112).
Sobre os artistas
Carlos Dias http://choquecultural.com.br/blogs/carlosdias/ Carlos Dias também assina ASA (Ao Seu Alcance), que sintetiza sua principal motivação criativa: o desejo de fazer uma arte ao mesmo tempo profunda e expressiva, que qualquer pessoa possa sentir e não necessariamente entender. O artista nasceu em Porto Alegre, em 1974, e morou muitos anos em São Paulo, onde participou ativamente de manifestações culturais juvenis nos anos oitenta e noventa: skate, punk, hardcore, graffiti, street art etc. Carlos construiu um mundo psicodélico, pop e expressionista, povoado por personagens surreais em cenários caóticos, que o levou a participar de diversas exposições, incluindo a última coletiva em Los Angeles, chamada São Paulo. Carlos é um artista multimídia, que pesquisa suportes incomuns e o desenvolvimento das ferramentas para lidar com eles. Sua principal linguagem é a pintura em proposta estética suja, contemporânea, pop, energética e barulhenta, que impacta pelos sentidos e não pelo intelecto. No seu trabalho a instalação também é destaque. Sua gráfica é marcante e fortemente ligada à pintura gestual. Rabiscos, escorridos, manchas são elementos recorrentes nas suas pinturas, onde vez ou outra surge uma frase ou palavra escrita numa tipografia própria. A cor também é elemento essencial e surge associada à exploração de materiais inusitados, como o flúor, a purpurina ou a tinta metalizada. Os suportes podem variar muito, das telas aos paineis de madeira, passando por qualquer objeto encontrado e que possa ser pintado. É uma expressividade barulhenta, que dialoga abertamente com a música do Againe, Polara, Caxabaxa e outras bandas formadas pelo artista ao logo das últimas décadas. Carlos é músico, compositor, performer e autor de alguns sucessos gravados por bandas pop, como CPM 22 ou Cansei de Ser Sexy. Daniel Melim http://choquecultural.com.br/blogs/danielmelim/ Daniel Melim nasceu em São Bernardo do Campo, São Paulo, em 1979. Pós graduou-se em Artes Visuais mas foi nas ruas do seu bairro que aprendeu a pintar, fazendo graffiti e intervenções urbanas, quase sempre associadas ao estêncil, técnica de pintura sobre máscaras com imagens vazadas.Trata-se de um pintor formalista, preocupado com a composição, com a distribuição das massas de cores, com a riqueza de texturas e com a impressão do processo em cada trabalho. O imaginário pesquisado por Melim remete ao conforto de figuras retiradas de compêndios de clichês de publicidade antiga e simbolizam o mundo ingenuamente feliz, projetado pela propaganda. O artista transforma os clichês em estêncil e o aplica, às vezes com ironia, às vezes desprezando a qualidade simbólica da imagem, ficando apenas com a textura proporcionada pelas manchas de tinta, muros mal acabados e construções pobres. No caso das intervenções urbanas, as texturas já estão prontas para serem usadas. Pátinas, rabiscos, pinturas descascadas, tudo vai sendo apropriado pelo artista e transformado em composições. A intervenção salta do mural para a instalação, numa ocupação sofisticada do espaço e dos signos urbanos. Daniel Melim teve sua primeira exposição individual na galeria Choque Cultural em 2006 e de lá passou pelo Museu Afro Brasil, representou o Brasil na Bienal de Valência, participou da coletiva The Cans Festival, promovida pelo artista britânico Banksy, em Londres, além da última SP-Arte. Melim desenvolve o Projeto Limpão, um sitio especifico em proporção gigantesca, em São Bernardo do Campo. Trata-se da ocupação de todo um morro, com pinturas nas fachadas das casas, nos corredores e praças do lugar. As casas do bairro são construídas pelos próprios moradores, num típico exemplo da arquitetura urbana paulista, sem pertencer a um projeto urbanístico coerente. Esse trabalho de fôlego não tem data pra acabar: ele vai sendo construído aos poucos, em parceria com "o pessoal da capoeira", nos fins de semana, com a anuência e admiração da comunidade. Ramon Martins http://choquecultural.com.br/blogs/ramonmartins/ Nasceu em São Paulo, 1980. Bacharel em Artes Plásticas pela Escola Guignard de Minas Gerais, Ramon funde a experimentação do estúdio com a energia da rua. Faz graffiti, performance, instalações, esculturas, sitio especifico e pintura em telas. É nesse ofício, a pintura, que sintetiza seu estilo fluido, cheio de misturas técnicas surpreendentes. Ramon Martins explora a técnica do estêncil, herdada do graffiti, passeia pela tinta acrílica, aquarela e têmpera, com grande repertório pictórico. Sua obra revela sensualidade, um acento pop-psicodélico, com influência de arte africana e indiana. Recentemente, Ramon Martins participou do projeto R.U.A - Reflexo on Urban Art - Lines, Colours and Forms of Brazilian Urban Art, em Rotterdam, ao lado de artistas brasileiros como Onio, Speto e Onesto, onde pintaram grandes murais nas ruas da cidade. Stephan Doitschinoff http://www.choquecultural.com.br/?area=bio&aid=11. Stephan Doitschinoff, conhecido como Calma, nasceu em São Paulo, em 1977. É um artista autodidata e sua formação foi muito influenciada pela convivência com os mais diversos tipos de crenças e rituais religiosos. Além de filho de pastor evangélico, neto e bisneto de espíritas, Stephan conviveu no bairro em que passou sua infância e juventude tanto com um com um centro Hare Chrishna como com um terreiro de umbanda. Já adolescente, Stephan envolveu-se com a cultura pop, do skate aos movimentos punk e hardcore de São Paulo. Elaborava capas de discos de bandas e trabalhava como assistente do cenógrafo Zé Carratú, pintando cenários de grandes shows de rock dos anos 1990. Por meio de desenhos, pinturas, murais, esculturas e instalações, Stephan cria um universo de onde emergem inúmeras questões simbólicas e existenciais, como decadência, redenção, culpa, paz, salvação e transcendência. Tudo se conecta numa composição que leva à reflexão sobre o que é considerado arte e o que é considerado sagrado. A partir de 2002, Stephan passa a interagir e intervir na cidade por meio da pintura e da aplicação de pôsteres, adesivos e estênceis. Seu estilo se destaca na cena da nova arte urbana, gerando convites para participar de exposições em diferentes cidades do Brasil, dos Estados Unidos e da Europa e uma residência artística na Inglaterra. Em 2005, parte para o desenvolvimento de seu mais audacioso projeto artístico: o de pintar uma cidade inteira. Compondo com as histórias, as crenças e a realidade local da cidade de Lençóis (BA) e dos povoados dos arredores, Stephan realizou intervenções na região, onde morou de 2005 a 2008. As fachadas dos casebres, a igreja e até mesmo o cemitério formaram um conjunto pictórico de dimensões grandiosas. Essa grande instalação urbana, que envolveu toda a população da cidade, é um trabalho de fôlego que desenvolve importantes questões sobre as dimensões político-sociais da arte pública. Esse trabalho foi documentado no filme Temporal, produzido pela Movie Art, e em sua monografia Calma. The Art of Stephan Doitschinof, publicada pela editora alemã Gestalten. Titi Freak http://choquecultural.com.br/blogs/titifreak/ Hamilton Yokota aka Titi Freak nasceu em 1974. É paulista de ascendência nipônica e mistura o espírito espontâneo dos brasileiros à estética disciplinada dos japoneses. Yokota chegou aos estúdios de Maurício de Souza, produtor brasileiro de inúmeros best sellers dos quadrinhos, ainda adolescente. Desde então o senso de estilo, a habilidade como ilustrador e o profissionalismo adquiridos o mantiveram em atividade, trabalhando como designer gráfico e ilustrador. Titi Freak conheceu o graffiti em 1995. Nas ruas de São Paulo, pôde integrar a excelência técnica do seu desenho ao espírito de improvisação que a cidade impõe. A troca foi justa: Titi soltou o traço enquanto o graffiti paulistano ficou mais sofisticado. Titi Freak é um artista que se deixa influenciar pelo imaginário da moda, dos quadrinhos e mangás, da low brow art e da cultura japonesa em geral, mas também presta atenção em Matisse, Picasso e Portinari, alguns de seus ídolos na pintura. Essa mistura de referências, bem contemporânea e pop, confere a sua obra carisma e empatia com o público de várias idades e procedências, ao mesmo tempo em que explora os vários suportes tão díspares quanto os gigantescos murais públicos e os pequenos desenhos em miniatura. Na verdade, o artista aproveita muito bem as diferenças de linguagem, escala e tratamento que imprime às suas obras, na intenção de envolver a audiência e provocar fortes emoções. Depois de três meses no Japão, Titi voltou ao Brasil para a exposição AmorInsistente, na galeria Acervo da Choque. Antes disso, lançou o livre FREAK, pela editora ZY, em que apresenta imagens de sua trajetória artística. Zezão http://choquecultural.com.br/blogs/zezao/ Zezão é um artista intuitivo e autodidata, tem um trabalho artístico profundo e complexo, com implicações estético-político-sociais. Faz uma arte popular e carismática, vinda da simplicidade com que relaciona o estético e o humano, com força e vibração, manipulando e misturando suportes como instalação, sitio especifico, fotografia, vídeo, performance e pintura. Zezão nasceu em São Paulo, em 1971, de ascendência portuguesa. A adolescência vivida no ambiente do skate, punk e pichação foi marcada pelo trabalho duro. Foi trabalhador rural em Portugal, motorista de caminhão e motoboy em São Paulo. A paisagem urbana, de onde Zezão extrai sua estética, é a de uma São Paulo grande, desleixada com seu espaço público, com seus rios e com o seu lixo. Zezão vai fundo na exploração dessas mazelas e extrai preciosidades simbólicas. Entra na cena, escolhe a locação, se relaciona com o morador da rua. Ele sabe que sua performance precisa agradar aos que ali habitam, pois sua arte é feita para elas, num primeiro momento. Zezão começou a pintar num momento de depressão pessoal e profissional. Saiu das ruas e se enfiou no subsolo dos canais de água pluvial. Foi para um lugar povoado por ratos e baratas e, ali, descobriu os cenários que se tornariam sua marca registrada. Em sua trajetória, Zezão participou de exposições individuais e coletivas, como a Zezão Fotógrafo, na galeria Choque Cultural, São Paulo, na Scion Gallery, em Los Angeles, e Une Estivalle, na LJ Gllery, em Paris, e residiu e participou do evento mundial de graffiti Namefest, em Praga.
Serviço Educativo
Assim como nas mostras compostas por obras do acervo e nas exposições temporárias realizadas pelo MASP, a exposição terá um programa educativo elaborado especialmente para atender públicos distintos: visitantes, professores e alunos de escolas das redes pública e privada. As visitas orientadas são realizadas por uma equipe de profissionais especializada. Mais informações sobre as atividades do Educativo pelo telefone 3251-5644 (ramal 2112).
Sobre os artistas
Carlos Dias http://choquecultural.com.br/blogs/carlosdias/ Carlos Dias também assina ASA (Ao Seu Alcance), que sintetiza sua principal motivação criativa: o desejo de fazer uma arte ao mesmo tempo profunda e expressiva, que qualquer pessoa possa sentir e não necessariamente entender. O artista nasceu em Porto Alegre, em 1974, e morou muitos anos em São Paulo, onde participou ativamente de manifestações culturais juvenis nos anos oitenta e noventa: skate, punk, hardcore, graffiti, street art etc. Carlos construiu um mundo psicodélico, pop e expressionista, povoado por personagens surreais em cenários caóticos, que o levou a participar de diversas exposições, incluindo a última coletiva em Los Angeles, chamada São Paulo. Carlos é um artista multimídia, que pesquisa suportes incomuns e o desenvolvimento das ferramentas para lidar com eles. Sua principal linguagem é a pintura em proposta estética suja, contemporânea, pop, energética e barulhenta, que impacta pelos sentidos e não pelo intelecto. No seu trabalho a instalação também é destaque. Sua gráfica é marcante e fortemente ligada à pintura gestual. Rabiscos, escorridos, manchas são elementos recorrentes nas suas pinturas, onde vez ou outra surge uma frase ou palavra escrita numa tipografia própria. A cor também é elemento essencial e surge associada à exploração de materiais inusitados, como o flúor, a purpurina ou a tinta metalizada. Os suportes podem variar muito, das telas aos paineis de madeira, passando por qualquer objeto encontrado e que possa ser pintado. É uma expressividade barulhenta, que dialoga abertamente com a música do Againe, Polara, Caxabaxa e outras bandas formadas pelo artista ao logo das últimas décadas. Carlos é músico, compositor, performer e autor de alguns sucessos gravados por bandas pop, como CPM 22 ou Cansei de Ser Sexy. Daniel Melim http://choquecultural.com.br/blogs/danielmelim/ Daniel Melim nasceu em São Bernardo do Campo, São Paulo, em 1979. Pós graduou-se em Artes Visuais mas foi nas ruas do seu bairro que aprendeu a pintar, fazendo graffiti e intervenções urbanas, quase sempre associadas ao estêncil, técnica de pintura sobre máscaras com imagens vazadas.Trata-se de um pintor formalista, preocupado com a composição, com a distribuição das massas de cores, com a riqueza de texturas e com a impressão do processo em cada trabalho. O imaginário pesquisado por Melim remete ao conforto de figuras retiradas de compêndios de clichês de publicidade antiga e simbolizam o mundo ingenuamente feliz, projetado pela propaganda. O artista transforma os clichês em estêncil e o aplica, às vezes com ironia, às vezes desprezando a qualidade simbólica da imagem, ficando apenas com a textura proporcionada pelas manchas de tinta, muros mal acabados e construções pobres. No caso das intervenções urbanas, as texturas já estão prontas para serem usadas. Pátinas, rabiscos, pinturas descascadas, tudo vai sendo apropriado pelo artista e transformado em composições. A intervenção salta do mural para a instalação, numa ocupação sofisticada do espaço e dos signos urbanos. Daniel Melim teve sua primeira exposição individual na galeria Choque Cultural em 2006 e de lá passou pelo Museu Afro Brasil, representou o Brasil na Bienal de Valência, participou da coletiva The Cans Festival, promovida pelo artista britânico Banksy, em Londres, além da última SP-Arte. Melim desenvolve o Projeto Limpão, um sitio especifico em proporção gigantesca, em São Bernardo do Campo. Trata-se da ocupação de todo um morro, com pinturas nas fachadas das casas, nos corredores e praças do lugar. As casas do bairro são construídas pelos próprios moradores, num típico exemplo da arquitetura urbana paulista, sem pertencer a um projeto urbanístico coerente. Esse trabalho de fôlego não tem data pra acabar: ele vai sendo construído aos poucos, em parceria com "o pessoal da capoeira", nos fins de semana, com a anuência e admiração da comunidade. Ramon Martins http://choquecultural.com.br/blogs/ramonmartins/ Nasceu em São Paulo, 1980. Bacharel em Artes Plásticas pela Escola Guignard de Minas Gerais, Ramon funde a experimentação do estúdio com a energia da rua. Faz graffiti, performance, instalações, esculturas, sitio especifico e pintura em telas. É nesse ofício, a pintura, que sintetiza seu estilo fluido, cheio de misturas técnicas surpreendentes. Ramon Martins explora a técnica do estêncil, herdada do graffiti, passeia pela tinta acrílica, aquarela e têmpera, com grande repertório pictórico. Sua obra revela sensualidade, um acento pop-psicodélico, com influência de arte africana e indiana. Recentemente, Ramon Martins participou do projeto R.U.A - Reflexo on Urban Art - Lines, Colours and Forms of Brazilian Urban Art, em Rotterdam, ao lado de artistas brasileiros como Onio, Speto e Onesto, onde pintaram grandes murais nas ruas da cidade. Stephan Doitschinoff http://www.choquecultural.com.br/?area=bio&aid=11. Stephan Doitschinoff, conhecido como Calma, nasceu em São Paulo, em 1977. É um artista autodidata e sua formação foi muito influenciada pela convivência com os mais diversos tipos de crenças e rituais religiosos. Além de filho de pastor evangélico, neto e bisneto de espíritas, Stephan conviveu no bairro em que passou sua infância e juventude tanto com um com um centro Hare Chrishna como com um terreiro de umbanda. Já adolescente, Stephan envolveu-se com a cultura pop, do skate aos movimentos punk e hardcore de São Paulo. Elaborava capas de discos de bandas e trabalhava como assistente do cenógrafo Zé Carratú, pintando cenários de grandes shows de rock dos anos 1990. Por meio de desenhos, pinturas, murais, esculturas e instalações, Stephan cria um universo de onde emergem inúmeras questões simbólicas e existenciais, como decadência, redenção, culpa, paz, salvação e transcendência. Tudo se conecta numa composição que leva à reflexão sobre o que é considerado arte e o que é considerado sagrado. A partir de 2002, Stephan passa a interagir e intervir na cidade por meio da pintura e da aplicação de pôsteres, adesivos e estênceis. Seu estilo se destaca na cena da nova arte urbana, gerando convites para participar de exposições em diferentes cidades do Brasil, dos Estados Unidos e da Europa e uma residência artística na Inglaterra. Em 2005, parte para o desenvolvimento de seu mais audacioso projeto artístico: o de pintar uma cidade inteira. Compondo com as histórias, as crenças e a realidade local da cidade de Lençóis (BA) e dos povoados dos arredores, Stephan realizou intervenções na região, onde morou de 2005 a 2008. As fachadas dos casebres, a igreja e até mesmo o cemitério formaram um conjunto pictórico de dimensões grandiosas. Essa grande instalação urbana, que envolveu toda a população da cidade, é um trabalho de fôlego que desenvolve importantes questões sobre as dimensões político-sociais da arte pública. Esse trabalho foi documentado no filme Temporal, produzido pela Movie Art, e em sua monografia Calma. The Art of Stephan Doitschinof, publicada pela editora alemã Gestalten. Titi Freak http://choquecultural.com.br/blogs/titifreak/ Hamilton Yokota aka Titi Freak nasceu em 1974. É paulista de ascendência nipônica e mistura o espírito espontâneo dos brasileiros à estética disciplinada dos japoneses. Yokota chegou aos estúdios de Maurício de Souza, produtor brasileiro de inúmeros best sellers dos quadrinhos, ainda adolescente. Desde então o senso de estilo, a habilidade como ilustrador e o profissionalismo adquiridos o mantiveram em atividade, trabalhando como designer gráfico e ilustrador. Titi Freak conheceu o graffiti em 1995. Nas ruas de São Paulo, pôde integrar a excelência técnica do seu desenho ao espírito de improvisação que a cidade impõe. A troca foi justa: Titi soltou o traço enquanto o graffiti paulistano ficou mais sofisticado. Titi Freak é um artista que se deixa influenciar pelo imaginário da moda, dos quadrinhos e mangás, da low brow art e da cultura japonesa em geral, mas também presta atenção em Matisse, Picasso e Portinari, alguns de seus ídolos na pintura. Essa mistura de referências, bem contemporânea e pop, confere a sua obra carisma e empatia com o público de várias idades e procedências, ao mesmo tempo em que explora os vários suportes tão díspares quanto os gigantescos murais públicos e os pequenos desenhos em miniatura. Na verdade, o artista aproveita muito bem as diferenças de linguagem, escala e tratamento que imprime às suas obras, na intenção de envolver a audiência e provocar fortes emoções. Depois de três meses no Japão, Titi voltou ao Brasil para a exposição AmorInsistente, na galeria Acervo da Choque. Antes disso, lançou o livre FREAK, pela editora ZY, em que apresenta imagens de sua trajetória artística. Zezão http://choquecultural.com.br/blogs/zezao/ Zezão é um artista intuitivo e autodidata, tem um trabalho artístico profundo e complexo, com implicações estético-político-sociais. Faz uma arte popular e carismática, vinda da simplicidade com que relaciona o estético e o humano, com força e vibração, manipulando e misturando suportes como instalação, sitio especifico, fotografia, vídeo, performance e pintura. Zezão nasceu em São Paulo, em 1971, de ascendência portuguesa. A adolescência vivida no ambiente do skate, punk e pichação foi marcada pelo trabalho duro. Foi trabalhador rural em Portugal, motorista de caminhão e motoboy em São Paulo. A paisagem urbana, de onde Zezão extrai sua estética, é a de uma São Paulo grande, desleixada com seu espaço público, com seus rios e com o seu lixo. Zezão vai fundo na exploração dessas mazelas e extrai preciosidades simbólicas. Entra na cena, escolhe a locação, se relaciona com o morador da rua. Ele sabe que sua performance precisa agradar aos que ali habitam, pois sua arte é feita para elas, num primeiro momento. Zezão começou a pintar num momento de depressão pessoal e profissional. Saiu das ruas e se enfiou no subsolo dos canais de água pluvial. Foi para um lugar povoado por ratos e baratas e, ali, descobriu os cenários que se tornariam sua marca registrada. Em sua trajetória, Zezão participou de exposições individuais e coletivas, como a Zezão Fotógrafo, na galeria Choque Cultural, São Paulo, na Scion Gallery, em Los Angeles, e Une Estivalle, na LJ Gllery, em Paris, e residiu e participou do evento mundial de graffiti Namefest, em Praga.
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